No título, três termos muito conhecidos, mas fazem a diferença quando utilizados para direcionar métodos organizacionais, e que foram descritos com um singelo “neologismo do articulista”. Por isso, convido você leitor, por alguns momentos, idealizar ano de 2.032, apenas uma década a frente, e imaginar que tudo mudou no cenário da Mídia OOH no Brasil, sob todos os aspectos discutidos, e reivindicados pelo mercado publicitário e anunciantes até o final do ano de 2.021.
Então vamos ao futuro: ”Há apenas uma década”, o mundo passou por uma pandemia sem precedentes na história moderna, um vírus desconhecido, ciência agindo em tempo recorde para vacinas, os lockdowns intermináveis, segmentos sofrendo, segmentos ampliando, empresas e profissionais se reinventando, muitas reuniões online, fóruns, debates e muitas promessas de mudança, até que chegaram num consenso institucional a partir de janeiro de 2.022:
Que a Mídia OOH no Brasil precisava adotar novos critérios, normas e ações homogêneas dentro de mercados heterogêneos, visando seu crescimento no bolo publicitário, para mudar o dígito “10”, da 3ª posição dos investimentos, para novos dígitos, com dezenas mais ambiciosas e justas, no mínimo entre “20 e 30” em 2.032.E o consenso das ações organizacionais e institucionais foram tão simples, agora olhando pelo retrovisor. “Passado uma década, foram elas”: Normas e práticas comerciais, incancelabilidade, prazos de entrega de materiais com logística nacional, checking unificado, valores referenciais transparentes, fundamentados por mercados, permitindo ao anunciante prever investimentos nacionais, estaduais, regionais e locais. Mídia kit online, com dados técnicos de marketing e métricas de audiência em todas as empresas. Tudo sob a tutela de uma Legislação unificada entre a Federação, Estados e Municípios, onde todos os tipos de formatos ganharam possibilidades ordenadas urbanas, para que as empresas exibidoras pudessem empreender nos 5.570 municípios. E ainda, remuneração justa para as atividades publicitárias e dos stakeholders do segmento OOH. E nesta década, as plataformas online de compras, Market Place, também se tornaram uma realidade integradas a mídia programática digital, inserindo o país na decisão de compra de mídia por clientes internacionais.
Esta simplicidade descrita, num exercício de reflexão, idealizando uma década perfeita, se resume em CONSENSOOH, AÇÕES OOHMOGÊNEAS, e levando em consideração, os MERCADOS OOHETEROGÊNEOS, ou seja, pensar globalmente e agir localmente, respeitando normas, práticas comerciais, dados que fundamente os valores dentre outras obviedades.
Fácil, não é? Só que não, infelizmente. O sonho de uma década perfeita termina aqui. Afinal, de verdade, as reuniões aconteceram, muitas promessas foram feitas e quebradas, e o consenso setorial ainda não formalizou sua carta de intenções, e estamos caminhando para segundo semestre de 2.021. As muitas verdades continuam, intransigentes e isoladas, e que se arrastam por mais de três décadas, sem o consenso de uma única verdade, que consolide a Mídia OOH no seu verdadeiro patamar.
Porém, o objetivo principal de uma crônica é promover a reflexão. Se a sua empresa, exibidora ou stakeholders, não participa de nenhuma instituição setorial, não faz investimento em pesquisas, acredita que suas ações isoladas são mais importantes que as coletivas. É possível afirmar que, por mais que seja vencedora no seu mercado, mas não compartilha ou congrega com as demais, a sua empresa pode ser engolida pelo egoísmo. E ele, o egoísmo, é míope, e resulta em valores comerciais de mercado cada vez mais baixos, lucratividade comprometida, e os investimentos em novas tecnologias e infraestrutura, certamente serão improvisados ou inexistentes.
O mercado é mais dinâmico que a sua empresa isolada, profissionais de marketing e mídia todos os dias são obrigados a trazer alternativas estratégicas para substituir os investimentos. E para isso, precisam de um ambiente facilitador, legalizado, com informações e transparência na relação comercial, sem maiores riscos ou dificuldades. Pense bem, uma década passa rápido. Muitos que hoje não congregam de pensamentos modernos, que não são associativista, ou cooperativista, que ficam presos a um passado de fartura sem transparência, sabidamente por mero acaso, e pela força óbvia das características das peças OOH, precisam se abrir ao futuro, e respeitar novos pensamentos, novas lideranças, pois talvez, nem estejam mais atuando no mercado em dez anos, mas precisam deixar um legado. Porém, insistem em resmungar pelos cantos do mercado, terceirizando a culpa, e esquecem que os investimentos migram para quem tiver mais disciplina organizacional.
Portanto, é importante reafirmar, que as novas oportunidades só aparecerão com ações OOHMOGÊNEAS, e espero que tenham refletido com esta breve leitura, de um sonho da década perfeita. E partir de agora, consigam traçar novas metas organizacionais que determinem como serão as suas empresas em 2032, dentro de um CONSENSOOH.
Laércio Ferreira da Silva
CEO – Instituto INFOOH
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